O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. (Hebreus 1:3)
Ele é atemporal, verdade em absoluto. Se Deus não é maior que o tempo, então o tempo seria deus. Se Deus está limitado ao tempo, Albert Einstein, o teria desafiado com a teoria da relatividade. Sabemos que nossas mentes são incapazes de decifrar os mistérios do universo cósmico, ainda mais incapazes seremos de decifrar o universo espiritual. Não existem teólogos, todos somos apenas curiosos especuladores. Resta-nos tão somente crer, não por força de um dogma postulador. Crer na atemporalidade de Deus não é obediência cega ao tratados Calvinistas ou sejam lá quais forem; crer, é a única resposta que temos. “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Hebreus 11:3)”.
Fato consumado para a fé é, a existência de dois universos paralelos, um físico e outro espiritual. Ora se as leis da física apontam a possibilidade da relatividade temporal até no universo físico, o que diremos do universo espiritual? Não seria muita imaturidade de teólogos que duvidam da atemporalidade divina?
Os atributos de Deus, onisciência, onipotência e onipresença só possuem fundamentação diante da inquestionável atemporalidade. “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. (Salmos 90:12)” Se Deus não possui os atributos citados Ele não é Deus, se Ele não é atemporal, não é onisciente, não é onipresente e nem onipotente. Dá pra confiar em um deus assim? Eu digo que não! “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (João 1:3)”
O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade. (Salmos 45:6)
Não ouso dizer se Deus está assentado em seu trono vendo todos os tempos ao mesmo tempo: passado, presente, futuro, eternidade. “Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? (Romanos 11:34)” Também seria ousadia dizer que todos estes universos coexistam paralelamente, se for assim, são bilhões e bilhões de universos paralelos, como se a história estivesse se repetindo o tempo todo ao mesmo tempo e Cristo sendo sacrificado a cada minuto. A bíblia diz que Ele de uma só vez consumou a obra da redenção. A criatividade teológica dá inveja aos autores de Hollywood, contudo, a mera criatividade não explica a fenomenologia sobrenatural do divino. “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. (I Coríntios 3:20)”.
Inquestionavelmente o Senhor é atemporal. Creio no Deus eterno, onisciente, onipotente, onipresente. Creio que Ele tem o controle soberano de todas as coisas, inclusive de sua vontade. Sim o Senhor controla sua vontade. Se for de sua vontade abdicar de sua presença suprema, logo Ele o faz; sem deixar de ter todas as coisas sob controle, “... e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. (Hebreus 1:3)”. É neste aspecto que não vejo nenhuma ligação entre Teologia Relacional e Teísmo Aberto. A parceria presumida pelos relacionais, entre o Pai celestial e nós seus filhos é apenas produto da vontade soberana do Senhor, que por amor, apenas por amor, permite que corramos o risco de nossas escolhas; só desta forma poderemos nos considerar verdadeiramente livres.
A teologia tradicional faz da vida um reality show; um Deus manipulador, curioso, implacável, nos vigia o tempo todo. Nada foge de sua dominação, o escript deve ser seguido à risca, somos meros robôs. De acordo com os arminianos, se falhar o homem é jogado fora; e de acordo com os calvinistas, Deus tem tudo sob terrível domínio, logo o escript não pode ser alterado.
O fato de Deus nos fazer parceiros para construção de nosso futuro, não quer dizer que ele não tenha conhecimento de todos os resultados de quaisquer de nossas escolhas. Antes, mesmo sendo sabedor, Ele nos deixa livres, pois só a expressão absoluta desta liberdade é amor. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. (Gálatas 5:13)”.
O que é feito da expressão, “Deus está vendo!” e então, está? É claro que sim! Deus vê, sua divinal percepção está em todas as coisas. Mas ao contrario do que ensina a teologia tradicional, Deus não tem interesse em punir e nem em amaldiçoar, quando Ele tem sua atenção constantemente colocada em nós, é para torcer por nós. Se nos deparamos diante do impossível e se parecer bom para nós vencer este obstáculo, como um pai amoroso que estende sua mão para dar uma outra oportunidade ao filho que falhou, assim é o Senhor. É por isso que milagres acontecem o tempo todo.
E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Marcos 15:34).
Deus não deixou de olhar por Jesus, nem o abandonou. O que houve então? O Pai por amor deixou o filho do seu amor assumir os custos da decisão que Ele (Jesus) tomou. O pai sofreu, sentiu, chorou, mas não poderia agir contra a vontade de Jesus.
Um grande amigo ia a cadeia ver seu filho que cumpria pena, o acompanhei algumas vezes, era uma cena dolorosa. Um dia depois de sairmos não resisti e perguntei: -- Como você consegue vir aqui? Ele disse: -- Apenas finjo que não estou aqui. Às vezes tenho a impressão que esta foi exatamente a sensação do Pai celestial ao ver Jesus na cruz. Ele vê, Ele sabe, mas para que possamos realmente nos considerar livres, Ele se revela sem a plenitude de sua glória e santidade; ou seja, Ele nos esconde na rocha.
Não sabemos nada do amor de Deus, mas o pouco que conhecemos é o suficiente para que possamos entender que não há limites neste amor; Ele nos ama e faz qualquer coisa por nós. Até sofrer, em condição de cumprir sua vontade soberana e o direito que Ele nos dá de sermos livres.
Ele deixou Adão e Eva no paraíso, sós. Ele deixou Jesus na cruz, só. Somos verdadeiramente livres, este é um direito que o Senhor nos dá, assim sendo, assumimos por conta e risco os benefícios e as responsabilidades da liberdade. Apesar de todos os riscos, vale a pena ser livre. O maior presente do amor de Deus para nós, é a liberdade.
Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí. (Jeremias 31:3)
Pastor José Jocely Silva Araújo – Tenho com o pai Todo Poderoso um relacionamento de amor eterno.