quinta-feira, 7 de maio de 2015

Espólio
A reforma protestante nunca aconteceu de fato, o que houve foi um espólio do sistema, deixaram o modelo constantiniano e fizeram os modelos: calvinista, luterano, zwingliano, anglicano... Enfim, vieram os espólios dos espólios... E, chegamos ao decadente evangelicalismo falido de nossos dias.
O evangelho é imutável, a graça se manifesta independente de ritos confessionais. A graça não reconhece o cristianismo, nem o protestantismo, nem o catolicismo, nem o confucionismo, nem o budismo, nem o islamismo... Ela permaneceria real, mesmo que nenhum sistema fosse conhecido, mesmo se a humanidade nunca tivesse ouvido falar em Deus, ou que não existissem livros "sagrados". A graça se manifestaria através do evangelho.
O evangelho não é monopólio de ninguém, ele não se resume a simplicidade de um livro, nem a contos tantas vezes imaginários. O poder absoluto que nele opera é, o poder de Deus, para que de muitas formas e até mesmo inconscientes, todos os homens se tornem cientes de uma justiça que excede toda justiça humana.
Não poderemos negar em hipótese alguma a grande contribuição da reforma protestante para o cenário sócio-econômico e cultural. Neste sentido, ela fez toda a diferença: devolveu a autonomia dos Estados, estabeleceu o princípio do laicismo, desmistificou a religiosidade ocidental.
A teologia ramificou-se em centenas de correntes filosóficas. Estabeleceu-se a partir da reforma o livre pensamento religioso ocidental, surgiram então, aos milhares, pensadores que confrontavam todos os sistemas estabelecidos. E, isso é o legado maior da reforma: a autonomia do pensamento religioso.

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